Por Aline Ossani
Através do olhar de uma criança, John Boyne nos apresenta seu livro O menino do pijama listrado, no qual contrasta a inocência em meio ao ódio e o preconceito deixado pela história do holocausto durante a Segunda Guerra Mundial.
O conto se passa no complexo de Auschwitz, o maior entre os 2 mil campos de concentração e trabalhos forçados construídos pelos nazistas.
Bruno, o personagem principal, tem 8 anos e mora com seus pais e sua irmã em uma grande e confortável casa em Berlim. Seu mundo desmorona quando certo dia, ao chegar em casa, se depara com Maria, a empregada, arrumando suas coisas, até mesmo aquelas que ele escondia e não eram da conta de ninguém, pois estavam de mudança. Seu pai fora designado pelo seu chefe, o Fúria, para um trabalho em outra cidade.
Como característica de quase todos os homens, as mudanças despertam certos sentimentos de angústia e inquietações e, com Bruno, não foi diferente. Achou a nova casa pequena e se entristeceu por não ter vizinhos nem garotos de sua idade para brincar.
Uma visão da janela do seu quarto o intrigava. Avistava pessoas vestidas com as mesmas roupas, todos usavam pijama cinza listrado com um boné cinza na cabeça.
Movido por seu espírito aventureiro, Bruno saía para explorar os arredores da casa. Em uma de suas explorações se deparou com uma cerca que dividia sua casa do local para onde estavam indo as pessoas de pijama listrado. E também conheceu Shmuel, um garoto da sua idade com quem, a partir daquele dia, passaria a se encontrar e passar tardes e mais tardes conversando.
O destaque do livro é exatamente na construção dessa amizade livre de preconceitos em tempos de guerra. Os garotos não tinham conhecimento do marco da história em que viviam.
Bruno pensava que o outro lado da cerca era mais alegre e sempre insistia a Shmuel para que o levasse para lá. E não demorou para que isso acontecesse, mas ele se decepcionou com o que encontrou: pessoas tristes, magras, com olhos fundos e as cabeças raspadas. Viu também alguns soldados, que riam e seguravam armas. O que Bruno não imaginava era que essa sua aventura não teria volta.
Filho de um oficial nazista, o personagem principal é vítima dos meios de dizimação em massa dos quais o pai era o mandante. O ódio aos judeus dominava o pensamento nazista e estes viam a raça como a chave para o entendimento da história do mundo.
O livro choca seus leitores por tratar de maneira singela e surpreendente um fato que marcou e marcará a história para sempre.
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